
Andando pelas ruas da cidade vejo um passado glorioso, embora sendo a gloria representada pelas ideias dominantes de uma um elite política e econômica que levou o Estado a banca rota. Na verdade, o Maranhão deve ser também analisado sobre o prisma da economia política, aquela que o velho Marx nos ensinou a não prescindir dela.
Olhando ainda para o passado, uma figura surge a mente, mais pela sua trajetória política, menos por qualquer culto a sua personalidade, estou falando de Urbano Santos.
Este, nascido em 1859 em Guimarães-MA, foi deputado federal de 1897 a 1905, governador em 1913, senador entre 1906 e 1914 e vice-presidente do Brasil entre 1914 e 1918, durante a presidência de Venceslau Brás e ainda assumiu interinamente a presidência do Brasil em 1917. Reeleito para a vice-presidência na chapa de Artur Bernardes em 1922, morreu antes de ser empossado. Esse maranhense foi alçado ao poder central, não só pelos seus atributos políticos, mas estava ali representando um Estado de grande importância política no contexto Nacional.
Tal êxito, foi repetido por José Sarney, mas com uma variável importante, pois governou o Brasil durante cinco anos, ou seja, por mais tempo que Urbano teve oportunidade de governar. Sarney esteve a frente do processo político chamado de transição democrática e culminando com promulgação da carta constitucional de 1988.
Nos oito anos de governo Lula, configurou como aliado de primeira hora e uns dos articuladores da consolidação da aliança PMDB-PT. Portanto, dentro dos objetivos estratégicos do seu grupo, reelege nas elições de outubro de 2010 sua filha Roseana ao governo do Maranhão, fezendo também a maior bancada de deputados federais e estaduais aliados, senadores, ministros - Pedro Novais e Lobão.
A situação é crítica. Talvez, nem nos tempos que governou Urbano Santos, não se tinha tido notícias de tanta decadência e apequenamento diante uma potencialidade tão magistral. O Sarney pode dizer que não foi culpado pela hecatombe econômica, mas também fez pouco ou nada pra mudar, pois a liberdade do povo representa a mudança no jogo político e insere uma lógica que pode não ser tão favorável ao modus operandi de manutenção do poder da oligarquia no Estado, agora assume contornos de capitania hereditária.
Investimentos vultosos chegam ao Maranhão. Os próximos quatro anos, serão investido no Estado algo em torno de R$ 10 bilhões na construção de uma refinaria prêmium da Petrobrás em Bacabeira-MA. Outro grande investimento vai ser a exploração de gás e prospecção de petróleo pela OGX; finalização de ferrovias, tais como norte-sul e conexão da malha a transnordestina, modais que se inteconcectarão com os pólos de desenvolvimento do nordeste.
Sarney arma a cena. Dois homens de sua confiaça em pontos estrátégicos no que se refere à vocação do Maranhão - Ministério do Turismo e das Minas e Energia.
Portanto, novamente a história se repete como farça e tragédia. A economia do Maranhense quando foi pujante, só que se beneficiava da riqueza a elite econômica agrária. Os dividendos das exportações de algodão, do arroz e do açúcar ficava totalmente concentrada e apartada das novas tecnologias produtivas, o que levou a ruína o Estado.
Ao povo, as elites maranhense, historicamente destinavam a falta de escolas , a condenação a pobreza, a midicância moral e política como forma de controle social.
Ao povo, as elites maranhense, historicamente destinavam a falta de escolas , a condenação a pobreza, a midicância moral e política como forma de controle social.
Uma pergunta que não quer calar - o grupo Sarney e seu aliados estratégicos vão fazer algo para mudar essa lógica de concentração de riqueza no contexto dos investimentos que vão aportar no Estado? A minha resposta é de que nada mude, pois a pobreza do povo é a chave de sustentação do mandonismo e manutenção do poder dessa elite nefanda.
A mensagem que deixo aos camaradas do PC do B e aos valorosos aliados, é da necessidade de cometer a façanha de reverter um lógica politica e econômica que se arrasta por quase 400 anos . O povo, se for convencido da mudança, poderá mudar.
Leia também a "Pequena reflexão sobre o Maranhão: parte 2"
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Comentários
Fico feliz pelo seu sucesso.
abraço.