Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2013

Reflexão sobre o movimento pós-graduand@s na Universidade de Brasília

Às vezes o altruísmo é maior que o pragmatismo que nos assanha em períodos de elaboração de tese. Mas nesses momentos de construção, análises e sínteses acerca do objeto de estudo, há espaço para refletir também o movimento político dos estudantes da pós-graduação.Como ex-diretor da entidade,  permito-me refletir a APG/UnB. Terminado o 14º Congresso Nacional de Entidades de Base (CONEB) agora em janeiro em Recife, percebe-se com grande profundidade a consolidação de pauta que unifique trabalhadores, juventudes, partidos políticos, movimentos sociais e importantes segmentos sociais da intelectualidade brasileira. Os pós-graduandos são elementos inerentes deste processo. Os caminhos estruturantes para o Brasil foram pontuados nesse CONEB de forma politizada pelos estudantes brasileiros. A necessária unidade da juventude e dos movimentos para aprofundar as mudanças no Brasil, bem com a organização de uma jornada unificada em março para dar consequência a reinvindicações

Como nasceu e como morreu o "marxismo ocidental

 Por Domenico Losurdo RESUMO: Por muito tempo o "marxismo ocidental" celebrou a sua superioridade em relação ao marxismo dos países que se remetiam ao socialismo e que estavam todos situados no Oriente. Em decorrência dessa atitude arrogante, o marxismo ocidental nunca se empenhou seriamente em repensar a teoria de Marx à luz de um balanço histórico concreto: qual era o papel do Estado e da nação nesses países e no "campo socialista"? Como promover a democracia e os direitos humanos e como estimular o desenvolvimento das forças produtivas e o bem-estar das massas numa situação caracterizada pelo bloqueio capitalista? Ao invés de pôr-se essas questões difíceis, o marxismo ocidental preferiu abandonar-se à cômoda atitude autoconsolatória de quem cultiva em particular as suas utopias e rejeita, como uma contaminação, o contato com a realidade e a reflexão sob

Os "milagres econômicos" da Guerra Fria

A lógica da Guerra Fria pesou decisivamente na origem dos "milagres econômicos" na Alemanha, Japão, Itália e Coreia, e na transformação posterior desses países em peças centrais da engrenagem econômica do poder global dos Estados Unidos, pelo menos até a década de 70. Por José Luís Fiori. Salvo engano, foi o jornal The Times que falou pela primeira vez - em 1950 - de "milagres econômicos", referindo-se à países com prolongados períodos de altas taxas de crescimento econômico sustentado. Depois, esta expressão foi utilizada para caracterizar o crescimento da Alemanha, Itália, Japão, Coréia e Brasil, entre as décadas de 50 e 80, período áureo da Guerra Fria. Entre 1950 e 1973, o produto nacional da Republica Federal Alemã, cresceu à uma taxa média anual de 5,05%; no mesmo período, a Itália cresceu 5,68%; o Japão, 9,29%; e a Coréia do Sul, 9.85%. No Brasil, as taxas foram mais altas e descontínuas, com uma média de 8%, entre 1955 e 1960, 11%, entre 67 e

Veneno “agroecológico”

Luciano Rezende * A campanha contra a utilização da moderna técnica agrícola, em especial aquela relacionada ao uso de insumos químicos, vem ganhando terreno e, nessa seara, começa a contaminar muitos marxistas que, outrora, enalteciam a chamada grande lavoura socialista. Hoje o discurso quase unânime é o de oposição aos chamados “agrotóxicos”. Talvez os antigos alquimistas da idade média, perseguidos como bruxos, tivessem sofrido menos aversão do que os químicos da atualidade. Aliás, o termo “químico” passou a ser um vocábulo maldito. Quanta injustiça! A toxidez deste debate, levado adiante pelo multiculturalismo ambiental, está, mais uma vez, na dose. Setores da esquerda, desencantados com a dificuldade em se elevar a consciência dos trabalhadores rurais, alçando-os do status de camponeses para operários do campo, exaltam agora a “consciência camponesa” em detrimento da “consciência operária” e abandonam por completo o projeto coletivista das cooperativas modernas para aposta

Debates de ideias: A carta de Theotônio dos Santos a FHC.

 Por Webster Franklin Emilia M. de Morais publicou no grupo Amigos do Blog Luis Nassif Online THEOTONIO DOS SANTOS: CARTA ABERTA A FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (8 de Setembro de 2012 )  Meu caro Fernando, Vejo-me na obrigação de responder a carta aberta que você dirigiu ao Lula, em nome de uma velha polêmica que você e o José Serra iniciaram em 1978 contra o Rui Mauro Marini, eu, André Gunder Frank e Vânia Bambirra, rompendo com um esforço teórico comum que iniciamos no Chile na segunda metade dos nos 1960. A discussão agora não é entre os cientistas sociais e sim a partir de uma experiência política que reflete contudo este debate teórico. Esta carta assinada por você como ex-presidente é uma defesa muito frágil teórica e politicamente de sua gestão. Quem a lê não pode compreender porque você saiu do governo com 23% de aprovação enquanto Lula deixa o seu governo com 96% de aprovação. Já discutimos em várias oportunidades os mitos que se criaram em torno dos chamados êxit

Debate de ideias: 115 anos de Prestes: A Carta aos Comunistas de março de 1980

Neste 3 de janeiro Luiz Carlos Prestes completaria 115 anos. Tendo dedicado toda a sua vida à luta pela liberdade, contra o imperialismo e pela construção do socialismo no Brasil, Prestes imortalizou-se como herói do povo brasileiro e latino-americano, referência histórica para os comunistas em todo o mundo. Sua heroica e trágica existência marcarão para sempre a memória dos lutadores e lutadoras do povo, sendo fonte permanente de exemplo para as novas gerações de comunistas. Por Rita Coitinho* Luiz Carlos Prestes por Cândido Portinari Recentemente o Partido Comunista do Brasil rendeu-lhe homenagens, por ocasião dos 90 anos do partido. Acertadamente, o PCdoB assumiu para si o legado de Luiz Carlos Prestes, do qual havia se afastado desde a reorganização do partido. Esse afastamento de décadas talvez tenha privado o maior partido comunista do Brasil do estudo minucioso das contribuições teóricas do revolucionário Prestes. Não é tarde, entretanto, para nos debruçarmos sobre seu legado

2013: um ano perigoso

por Mauro Santayna , no JB Online É bom não esperar muito dos próximos doze meses. Os dissídios internacionais tendem a crescer e, se não houver o milagre do bom senso, podem conduzir a novos conflitos armados regionais, com o perigo de que se ampliem. Os chineses, que têm  particular visão de mundo, podem dissimular sua alma coletiva, mas no interior de seu excepcional crescimento econômico e tecnológico, militam  sentimentos de orgulhosa desforra. Nenhum povo, ao que registra a História, foi tão espezinhado pelos invasores armados quanto o chinês. Durante milênios, senhores dentro de suas fronteiras,  sentiam-se os donos do mundo que conheciam, mesmo que vivessem em guerras internas e se defendessem de vizinhos hostis. O enriquecimento dos chineses e sua crescente presença internacional são fatos novos, que podem ser  o fator mais importante da História neste século, que já entrou em sua segunda década. Eles estão se apropriando, com perseverança e obstinação, das riquezas

Sobre as condições sociais de aprendizagem: Preconceito e exclusão causam danos à capacidade cognitiva .

Nota do editor do blog: Embora não seja citado, Lev Vigotsky já havia identificado o papel social no desenvolvimento intelectual em sua obra " A formação social da mente". Esta matéria que publicamos é bastante interessante na compreensão de como as relações sociais afetam processos de aprendizagem, e justificam a necessidade de intervenções escolares relativas questões acerca dos preconceitos e da exclusão como fator inibidor ou dificultador de desenvolvimento cognitivo escolar. Por Paulo F. Da Deutsche Welle Brasil Médicos alemães pesquisam relação entre discriminação social e inteligência Filhos de imigrantes costumam ter notas escolares mais baixas que seus colegas. Causa não é genética, como alguns pensam. Estudos indicam que preconceito e exclusão podem causar danos permanentes em capacidade cognitiva. Cor de pele diferente é igual a origem diferente, que é igual a características humanas diversas: essa equação representa um equívoco muito comum. &q