Pular para o conteúdo principal

Eleição para presidência da Camara: a nova fase da coalizão, alguns apontamentos.



Fotos Luiz Alves Serviço Fotográfico Secom Câmara dos Deputados


A eleição do dia 1º de Fevereiro de 2007 para a presidência da Camara demonstrou como as articulações dos interesses falam mais alto no mundo da política. Não é de se impressionar com isso. Os fatores determinantes para eleição de Chinaglia (PT-SP) teve nuances regionais e projetos eleitorais em curso para 2010.
De todo esse processo, pode-se tirar um aprendizado. Podemos aprender que o distencionamento do PSDB na liberação de sua bancada favoreceu a vitória de Chinaglia, foi um ato impensado de suas lideranças? Não parece, e provavelmente não foi. Tudo isso, atende ao interesse dos principais postulantes a presidência da república oriundos do PSDB. Vamos esperar pra ver como o PT vai se comportar diante de tais fatos.
A candidatura de Aldo Rebelo (PC do B-SP) se consolidou por ser uma candidatura de maior conteúdo político e atendia a uma estratégia mais conseqüente no equilibrio das forças politicas no parlamento. Apesar de ser da base do governo, não tinha suporte dele para definir negociações de ocupação de nacos do poder no executivo. Por outro lado, muito se falou que a candidatura de Chinaglia teria esse suporte. O fato de disputar contra um concorrente oriundo do partido do presidente e com uma tradição hegemonista em vários campos de atuação da luta política, fica bem patente a forma como o PT age com seus supostos aliados. Isso não foi surpreendente e nem reduziu os espírito de luta de Aldo Rebelo, pois o poder do campo magnético de uma sigla que está no poder central do país, não foi maior que o imã do convencimento político que Aldo carregava consigo, mesmo assim, o PT deve tirar uma lição desse episódio. Com toda sua força do seu campo magnético quase perdeu para o convencimento político hábil do comunista que tinha ao seu lado, a imagem ilustre do Corneteiro de Pirajá. No entanto, não podemos atribuir à disputa a imagem pessoal de Aldo Rebelo, mas a articulação de forças políticas como PC do B, PSB, PDT, PAN, PMN e PHS, que por sua vez, configurou num bloco coeso, algo que não podemos dizer dos outros blocos, isto é, dos mega-blocos, um exemplo emblemático é o que foi criado entre o PT e o PMDB.
Agora, após a eleição da Câmara, o jogo começa, o primeiro tempo da partida já está em andamento e tempo está correndo, e o final da partida culmina com as eleições de 2010 com o rearranjo das orientações das forças políticas. Tenho a impressão que no campo das esquerdas reorientações importantes irão surgir nesse contexto, mas será que o PT atentou? Ou vai assumir seu destino social democrata e tentar selar um casamento PMDB, um novo parceiro preferencial nas eleições de 2010, dessa forma afastando-se dos partidos de esquerda definitivamente, mais especificamente, PC do B e PSB. É uma conclusão que só o futuro vai atestar, agora é fazer o Brasil crescer e distribuir os divendos sociais e econômicos a seu povo.
Veja comentário sobre a orgnização do bloco de esquerda editado no portal vermelho:http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=12913 e uma matéria sobre aleição da Câmara: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=12910

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Começo do fim ou leve presságio: a renúncia do Sarney

Pipocam escandalos , um atrás do outro. Sarney de lá, Sarney de cá e nada. A mídia, na figura do PIG (Partido da Impressa Golpista), fustiga Sarney de todas as maneiras. Eu poderia estar satisfeito com tudo isso, pois é o começo do fim de um superpoder que ele acumulou ao ser alçado novamente a presidência do senado pela terceira vez. Muita coisa aconteceu: Roseana foi conduzida ao governo do Maranhão de maneira condenável, por um decisão jurídica através de uma corte política. Uma reflexão veio à tona - é necessário mudar a forma de indicação dessas cortes superiores e intermediárias da justiça brasileira. Retornando ao assunto. Os escândalos do senado que estão na pauta do dia e caem no colo do Sarney , pior é que não fico nem um pouco triste com isso. Então vamos a lista de questionamentos e amplo direito de defesa se o senador quiser publicar nesse modesto blog: a indicação do neto para o gabinete do Senador Epitácio Cafeteira é um caso que poderia se configurar de nepotism

Pretérito imperfeito

“O que é então o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; se quero explicar a quem pergunta, não sei.” Santo Agostinho, Confissões Cristiano Capovilla* e Fábio Palácio**             O raciocínio em epígrafe expõe a dificuldade da razão ao tratar de um tema caro a todos nós. Vivemos no tempo, mas como conceituá-lo? Para os teólogos, nosso tempo na terra é o fundamento da condenação ou da salvação, quando do julgamento final. Para os filósofos modernos, o tempo virou história, medida das transformações sociais e políticas. Em que pesem as diferenças, ambos concordam em um ponto: o tempo é o critério de avaliação de nossas práticas.              Surge aqui uma vez mais, e sempre, o padre Antônio Vieira. Subvertendo compreensões comuns, maceradas por sua retórica dialética, o Imperador do idioma afirma ser o tempo fugaz e irreversível, algo que “não tem restituição alguma”. O uso diligente do tempo, com a prática das boas obras, é o critério de salvação da alma. Por isso, “o

Tunísia, Egito, Marrocos; Essas ditaduras amigas

Os nossos meios de comunicação e jornalistas não insistiram durante décadas que esses dois “países amigos”, Tunísia e Egito, eram “Estados moderados”? A horrível palavra “ditadura” não estava exclusivamente reservada no mundo árabe muçulmano (depois da destruição da “espantosa tirania” de Saddam Hussein no Iraque) ao regime iraniano? Como? Havia então outras ditaduras na região? E isso foi ocultado pelos meios de comunicação de nossa exemplar democracia? Por Ignacio Ramonet Uma ditadura na Tunísia? No Egito, uma ditadura? Vendo os meios de comunicação se esbaldarem com a palavra “ditadura” aplicada a Tunísia de Ben Alí e ao Egito de Mubarak, os franceses devem estar se perguntando se entenderam ou leram bem. Esses mesmos meios de comunicação e esses mesmos jornalistas não insistiram durante décadas que esses dois “países amigos” eram “Estados moderados”? A horrível palavra “ditadura” não estava exclusivamente reservada no mundo árabe muçulmano (depois da destruição da “espantosa tira