Revista Principios nº. 100
Editora Anita Garibaldi.

Editora Anita Garibaldi.

O caro e velho Marx já dizia que a crise do capitalismo é inerente a sua essência. Muitos não escutaram, estavam envoltos pelo fetiche da mercadoria, pelo feitiço, em bom português, daquilo que o capitalismo prometeu e não cumpriu, a reprodução infinita da taxa de lucro.
Marx, muito pelo contrário do que acreditavam os teóricos liberais, vaticinou um queda tendencial da taxa de lucro em relação a mercadoria. A saída capitalista, então, se constitui sob forma especulativas de reprodução do capital, não mais submetidas a variações concretas de reserva de valor que afiançasse o capital.
A banca especulativa em escala global, cujo epicentro são os Estados Unidos, ditaram as regras políticas e econômicas do mundo por décadas. Seu estágio mais aguçados rompia com a solução keynesiana que tanto serviu ao capitalismo para minimizar os danos da doença crônica capitalista, um câncer em metástase, além de servir como solução política para combater a emancipação politica da classe trabalhadora pela via socialista.
A crise que estamos presenciando é a crise de um paradigma, é uma crise de todo o sustentáculo neoliberal da tese do lesser fair, lesser passer do mercado em detrimento das iniciativas estatais de regulação das ações da jogatina da banca do capital. Ser "careta" era ser favorável a uma regulação do capital, ser "moderno" era deixar que o mercado dite regras e seja o jogador ao mesmo tempo. A banca foi a lona, mas ainda não foi a nockout.
Pensar a crise é não sermos ingênuos sobre ela, é entender que o questionamento acerca dos pilares do capitalismo nos leva a um novo patamar do debate sobre as saídas pela via socialista, o que nos remete pensar o Brasil no tabuleiro político interno e externo.
As ações do governo Lula na política macroeconômica, a despeito dos fundamentos de cunho neoliberais ainda vigentes na política de juros praticada pelo Banco Central, cujo o único objetivo é ser o rincão remuneratório de grande medida do capital, vem demonstrando eficiência em soltar amarras histórica que atravancavam o desenvolvimento do país, porém ainda não nos livramos da herança maldita do período FHC. É necessário tencionar para mundanças desenvolvimentista que possibilite a participação da maioria da população na divisão da riqueza nacional.
Entretanto, outros fatores produziram um cenário favorável a economia brasileira no contexto das nações. A valorização e melhoria da agregação de valor aos produtos e serviços de empresas brasileiras; integração continental gradativa da complementação econômica com os países do cone sul do continente; as exportações para a China, nosso principal comprador, desbancando os EUA, que agora é o nosso segundo mais importante comprador; dinamização do nosso conhecimento científico e tecnológico; descobertas de variáveis energéticas, a exemplo do petróleo da camada pré-sal, biocombustiveis, entre outros, põe o Brasil entre os mais dinâmicos BRIC's (Brasil, Russia, Índia e China), além ter se tornado um emergente liderança a nível global e ator que induz ao fortalecimento multelateralidade no contexto diplomático e político da governança mundial.
O pós-crise pode emergir a concretização da tendência do enfraquecimento imperial enquanto colorário hegemônonico, com efeito, consequências políticas para além de seu epicentro. No Brasil, verifica-se o esgarçamento do discurso demo-tucano da solução venal da dilapidação do patrimônio do estado brasileiro derivadas da mesma concepções política e econômica que está no cerne da filosofia liberal dos rentistas e gerador da atual crise do capitalismo.
A imprensa golpista tenta a todo custo jogar uma cortina de fumaça nesse debate, pois ele pode ser um instrumento esclarecedor para a definição da sociedade brasileira na orientação do projeto de país no que se debaterá em 2010.
Comentários
De fato é necessário que se pense nas saídas do 'pós-crise'!!! Não podemos mais cair no canto de sereia do neoliberalismo. Está na hora de crescer e pautar o socialismo.
Saudações.