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"Fora Arruda": O DF começa a se levantar


"Fora Arruda": ato na Câmara Legislativa e samba na rodoviária

Cerca de 150 manifestantes invadiram nesta quarta-feira a Câmara Legislativa do Distrito Federal para protestar contra o esquema de corrupção envolvendo o governador José Roberto Arruda (DEM). Entre os manifestantes estão representantes do PSOL e do movimento União da Juventude Socialista (UJS).
Lula Marques/Folha Imagem

Manifestantes na Câmara Legislativa do DF, em protesto contra governador Arruda
Os manifestantes pediram a prisão de Arruda e de seu vice, Paulo Octávio (DEM), e levaram um caixão para a Casa Legislativa com um "sósia" do governador deitado. Eles querem o enterro políticos dos envolvidos no esquema.

Os manifestantes foram ao local participar da entrega de mais um pedido de impeachment contra Arruda. Hoje (2/12), pela manhã, o PSOL e a ordem dos ministros evangélicos já haviam apresentado pedidos de cassação contra o governador.

Cadeia neles!

Segundo o secretário de organização da UJS, Jean Carmo Barbosa, "o movimento de hoje ocorreu com muita unidade, a juventude se mobilizou e protagonizou o principal fato político do país". Jean lembrou que vêm ocorrendo mobilizações desde segunda-feira (30/11), como as atividades em frente à casa oficial do governador e em frente à Câmara Legislativa. "A repercussão destes atos e das denúncias ajuda a desencadear novas mobilizações, e já há ramificações no país inteiro, pois trata-se de um tema nacional", completou. Para o dirigente da UJS, a população de Brasília "não merece" ser governada por "esta quadrilha de delinquentes". O jovem afirma que os envolvidos são figuras políticas que "criminalizam a juventude" e lembrou que alguns dos acusados são reincidentes em participação em esquemas de corrupação. Jean foi taxativo quanto à sentença que espera: "cadeia neles!"

Segundo o pastor Oséas Rodrigues, a ação foi motivada pelas gravações que mostram deputados distritais orando após receber suposta propina do esquema de corrupção que está sendo investigado no governo Arruda. O pastor disse que representa mais de 200 pastores que ficaram "indignados" com a oração. "É inadmissível tanto o roubo quanto a oração", disse.

Outro ato "Fora Arruda" está previsto para ocorrer hoje (2/12), a partir das 17h na rodoviária do Plano Piloto, durante a celebração do Dia Nacional do Samba.

Impeachment

Ontem, a Câmara recebeu dois pedidos de impeachment contra o governador, apresentados pelos advogados Evilásio Viana dos Santos e Anderson Siqueira. Se forem confirmadas as promessas de partidos, de movimentos sociais e entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Arruda pode ser alvo de cinco pedidos de cassação.

Outra ação deve partir da cúpula da OAB no Distrito Federal. Nesse caso, o pedido de impeachment precisa ser votado pelo conselho pleno da OAB nacional antes de ser encaminhado para análise da Câmara Legislativa.

Para o pedido de impeachment ser confirmado, é preciso ser aprovado pela CCJ Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa e depois receber o aval de 16 dos 24 deputados distritais. A base do governo, no entanto, tem maioria e acredita que pode derrubar os pedidos de cassação. Já a oposição, espera contar com a pressão da opinião pública para convencer os deputados a aprovarem o impeachment.

"Aqui na Câmara [Legislativa], a minoria não tem voz. Nós somos atropelados. É preciso envolver os movimentos sociais. O dinheiro público que aparece nas imagens é o que está faltando nos hospitais, com gente morrendo nas filas", disse o vice-presidente da Câmara, Cabo Patrício (PT).

O esquema foi gravado pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, que usou escutas para registrar conversas com Arruda e parlamentares aliados. A ação, deflagrada na sexta-feira (27/11), vasculhou a residência oficial do governador, além de gabinetes e casas de secretários e distritais. Ao todo, oitos parlamentares estão envolvidos.

Composição

Na Câmara Legislativa, a oposição a Arruda tem quatro deputados do PT: Cabo Patrício, Chico Leite, Erika Kokay e Paulo Tadeu. O deputado José Antônio Machado Reguffe (PDT) define-se como independente.
De São Paulo, Luana Bonone, com Folha on Line

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