Pular para o conteúdo principal

Pirotecnia liberal ou distorção do principio revolucionário de Marx




O artigo de Madalena Guasco Peixoto e Pedro de Oliveira intitulado “Delfim Netto tropeça no marxismo” (Vermelho, 28/01/07) acaba por fazer o desafio a Delfim. Esse eminente intelectual liberal brasileiro inicialmente tenta colocar marxismo na vala comum dos princípios liberais. Posteriormente tenta fazer a síntese histórica, segundo ele, que um socialismo calcado na produção e na distribuição de seus dividendos a massa da sociedade, com planejamento nos investimentos públicos, é impossível, e eventualmente, levará essa economia ao colapso como ocorreu com o socialismo real soviético. Para ele (Delfim) o capitalismo de mercado foi o vencedor no desafio histórico entre socialismo versus capitalismo, pois, segundo ele, esse último mostrou-se o único a dar certo.
Delfim acaba por simplificar a história e reduzi-la ao fim, mesmo que o professor não admita e busque se diferenciar dos conceitos de Fukuiama, ele acaba indo no mesmo caminho. É verdade que houve colapso, mas são de causas políticas e estruturais que levaram a indução do sufocamento da economia socialista, pois o cerco capitalista praticamente minou a capacidade da economia soviética de realizar trocas econômicas para além do bloco, este é um ponto. Os aspectos políticos de condução, erroneamente liderado por Gorbatchev, produziram um desastre a URSS causando sua implosão e sua desestruturação, caso não ocorrido na China que promoveu abertura e trocas econômicas mais dinâmicas com o mercado fora do bloco socialista, esse aspecto, dentro da seara econômica não é explicado e nem apontado por ele.
Uma pergunta deve ser feita ao Dr. Delfim – Em que parâmetro deu certo? A concentração de renda nos países ricos e pobres sobre a égide do “Consenso de Washington” produziu no mundo a destruição da capacidade de desenvolvimento de grande parte dos países pobres; Em nome do capitalismo várias guerras para garantir suporte de energia à grande economia capitalista foram deflagradas para atender o consumo desenfreado dessas economias de mercado; o Brasil renunciou a seu processo de desenvolvimento em nome da especulação monetarista para se inserir numa suposta integração ao grande mercado mundial durante o período FHC e renunciando ao seu papel estratégico na economia mundial. As economias que mais cresceram no mundo utilizaram-se da imprescindibilidade do Estado na condução do planejamento econômico, ao contrário da liberdade preconizada pelos liberais, para induzir o seu crescimento e retirar o seu povo da pobreza absoluta, a China é um exemplo clássico, o artigo de Elias Jabour sobre o PAC Chinês publicado no portal vermelho (24/01/07) ilustra bem esse processo.
As concepções marxiana e marxista estão presentes e atuais quando se busca entender a dinâmica do capitalismo, a atualização de Marx é feita pelos marxistas convictos, pois quando os liberais como o Delfim se arvoram a fazê-lo podemos desconfiar do está por trás ao justificar que “todos somos marxistas” até os liberais, é muita pretensão.
Veja artigo de Madalena Guasco e Pedro de Oliveira: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=12707 e Eleias Jabbour: http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=12573

Comentários

Anônimo disse…
É Robsao!! o ataque liberal continua afinal esse Estado e o estado de coisas que aí estão são apenas momentos de uma luta que nós fazemos parte. O Sr Delfim, que eu prefiro não considerar como eminente, é bastante conhecido no mundo inteiro pelos 10% que ele ganhou em todas as renegociações da dívida externa atribuída ao Brasil. Um verdadeiro escândalo internacional. Precisamos pegar de volta o dinheiro que ele roubou da sociedade brasileira. Só tem um jeito: é mostrar que a existência do socialismo não depende da vontade deles mas da nossa atitude. abraço. Allan Aroni

Postagens mais visitadas deste blog

Começo do fim ou leve presságio: a renúncia do Sarney

Pipocam escandalos , um atrás do outro. Sarney de lá, Sarney de cá e nada. A mídia, na figura do PIG (Partido da Impressa Golpista), fustiga Sarney de todas as maneiras. Eu poderia estar satisfeito com tudo isso, pois é o começo do fim de um superpoder que ele acumulou ao ser alçado novamente a presidência do senado pela terceira vez. Muita coisa aconteceu: Roseana foi conduzida ao governo do Maranhão de maneira condenável, por um decisão jurídica através de uma corte política. Uma reflexão veio à tona - é necessário mudar a forma de indicação dessas cortes superiores e intermediárias da justiça brasileira. Retornando ao assunto. Os escândalos do senado que estão na pauta do dia e caem no colo do Sarney , pior é que não fico nem um pouco triste com isso. Então vamos a lista de questionamentos e amplo direito de defesa se o senador quiser publicar nesse modesto blog: a indicação do neto para o gabinete do Senador Epitácio Cafeteira é um caso que poderia se configurar de nepotism...

As maranhas da tática de manutenção do poder no Maranhão

A política nacional tem jogado com o destino do Maranhão já faz algum tempo. Vitorino, pernambucano, chega ao estado com apoio do governo central. A eleição de José Sarney também teve o apoio do presidente da república como retribuição pelo voto no colégio eleitoral que sacramentou o golpe de 64. Estes casos são exemplos de como a política estadual não pode ser vista isoladamente do cenário nacional, uma vez que o mentor do grupo que mantém o controle político e econômico do estado é até o momento um homem da política nacional. A aliança nacional PT/PMDB tem reflexo direto na atual conjuntura política no Estado. As eleições municipais de 2012 e a estadual de 2014 são definidoras na contabilidade do espólio politico do “Dono do Mar”. Este poder lhe confere parte da influência nacional que o senador tem. Para compreender o jogo politico do estado é necessário entender as engrenagens das estruturas de poder postas a serviço do grupo liderado por Sarney. O caso do processo de ...

Uma entrevista com um sabotador econômico - Parte I

Temos visto a ação nefasta dos grandes orgãos de mídia, tanto escrita, televisiva e veiculada na rede, ao posicionar-se contrariamente ao direcionamento político que a América Latina tem tomado nos últimos tempos, o que faz tremer o sistema global de dominação. O império (que nesse momento passa por uma crise) e as grandes corporações estão em franca ação para parar esse movimento. Evidencia-se a natureza do imperio estadunidense e a relação incestuosa com as grandes corporações. Esta são duas faces da mesma moeda, como afirma John Perkins, um ex-sabotador econômico em uma entrevista concedida a jornalista Natália Viana. A entrevista será dividida em duas partes, a primeira introduz a entrevista e a segunda parte é a entrevista especificamente. A divulgação que faço dessa reportagem neste blog busca mostrar aos nossos leitores como a coisa acontece nos bastidores do poder global. O momento atual precisa muito dessa munição cognocitiva para consolidar uma estratégia de resistência contr...