Por Domenico Losurdo
RESUMO:
Por muito tempo o "marxismo ocidental" celebrou a sua superioridade
em relação ao marxismo dos países que se remetiam ao
socialismo e que estavam todos situados no Oriente. Em decorrência dessa
atitude arrogante, o marxismo ocidental nunca se empenhou seriamente em
repensar a teoria de Marx à luz de um balanço histórico
concreto: qual era o papel do Estado e da nação nesses
países e no "campo socialista"? Como promover a democracia e
os direitos humanos e como estimular o desenvolvimento das forças
produtivas e o bem-estar das massas numa situação caracterizada
pelo bloqueio capitalista? Ao invés de pôr-se essas
questões difíceis, o marxismo ocidental preferiu abandonar-se
à cômoda atitude autoconsolatória de quem cultiva em
particular as suas utopias e rejeita, como uma contaminação, o
contato com a realidade e a reflexão sobre a realidade. Disso derivou
uma progressiva capitulação à ideologia dominante. Por
fim, a autocelebração do marxismo ocidental desembocou na sua
autodissolução.
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