A tirania da maioria é um dilema
enfrentado por uma democracia quando os interesses de minorias são
consistentemente obstaculizados por uma maioria eleitoral. Recomendam os
teóricos que uma das formas mais comuns de se evitar a tirania por parte de
parcelas majoritárias de uma sociedade é criar cláusulas constitucionais e
utilizar sistemas eleitorais elaborados com a preocupação de evitá-la.
A expressão "tirania da
maioria" é atribuída tanto a John Stuart Mill em “Da liberdade” e a Alexis
de Tocqueville em “Democracia na América”. O conceito foi mencionado por James
Madison (quarto presidente dos Estados Unidos da América) nos Artigos
federalistas, malgrado não tenha usado a expressão.
Bom, e o que tem a
ver com a questão da APG/unB? No dia 17/12/2012 houve uma assembleia de
pós-graduand@s para debatermos e votarmos a indicação dos representantes dos
pós-graduandos nos diversos conselhos que temos assento. Lá supostamente
poderíamos inscrever chapas ou inscrição individual para participar dessas
representações, tais como Conselho universitário (Consuni); Conselho de Ensino
Pesquisa e Extensão (CEPE); Conselho de Pesquisa e Pós-Graduação (CPP) e muitos
outros. Tudo sobre a capa de democracia e respeito ao contraditório. Ressalto,
que os conselheiros estavam na representação e foram substituídos
autoritariamete. Não foram eleitos em caráter provisório e seus mandatos, no
mínimo, deveriam valer por um ano.
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Pós-graduandos
questionaram, primeiramente, que se deveria ser votado o método, critérios e
sobre a própria pauta da assembleia antes de qualquer encaminhamento, uma vez
que queriam discutir a regra do jogo com a partida em andamento. Não foi também
permitido discussão, uma vez que eles já haviam discutido entre eles mesmo e
não estavam dispostos a abrir um debate franco que permitisse a colaboração de
tod@s. Lamentável!
Não foi criada
comissão eleitoral em que lá tivessem representado as partes, até para afastar
qualquer suspeita acerca do processo; os controles das listas foi feita pela
própria gestão interessada em demover os atuais conselheiros. Eles mesmo foram
@s candidatos e conduziram todo o processo (Vide lista dos “novos”
representantes nos conselhos).
Fala sério! O
debate democrático foi suprimido em nome de uma majoritariedade que nunca foi
da tradição da APG, refundada como comissão pró-APG em 2005.
As Honestinas tiram
as máscaras. Nesse momento as Honestinas e seus aliados tiraram as suas devidas
máscaras e buscaram sufocar de forma autoritária as vozes dissonantes.
Esperavam piamente que nos submeteríamos aquela maioria eventual blocadas num
cenário travestido de democracia e cuja encenação era serem supostamente
suprassumo da representação da pós-graduação na assembleia convocada no dia
17/12/2012. Vale lembrar, que a eleição da atual gestão teve uma rito que
contemplava proporcionalmente a tod@s que se dispusesse a dirigir a entidade e
não foi excludente o processo, pois nunca descriminou nenhuma força política,
seja ela de esquerda, de centro ou de direita. Foi arranjo necessário para não
dividir o movimento ainda carente de participação de grande parte dos
pós-graduandos.
As indicações dos
representantes dos pós nos conselhos superiores se processam no menor colégio
eleitoral da universidade (não são nos 8.000 ainda, infelizmente). Ela foi
feita em uma assembleia com um pouco mais de trinta pessoas, e ficou ainda mais
reduzido quando um grupo segnificativo deixou o recinto em protesto a atitude
que suprimia a discussão guindada por membros da atual gestão. Casuisticamente,
estas forças perceberam que poderiam aproveitar este lócus para ampliar suas vozes
políticas comprometidas com esquerdismo infantil anacrônico, algo
consistentemente criticado por Lenin numa obra particular. Não posso deixar de
mencionar, o processo foi despido de legitimidade, uma vez que não preservou
formas democráticas de convivência com a diversidade de pensamento. Ficou
patente que não era este o objetivo desse grupo que dirige a APG.
Diante disso, não
houve outra alternativa. Tínhamos que nos contrapor a tirania da maioria
eventual. Saímos da assembleia em bloco no processo e informamos na nossa
defesa de tese que nos recursamos a legitimar um processo viciado,
antidemocrático e de natureza extremamente excludente, casuísta e que depõe os
tradicionais acordos que mantiveram o movimento de estudantes de pós coesos e
sem divisões de grande repercussão. Eles conseguiram: dividiram o movimento e o
fragilizaram com atitudes tirânicas e anti- democráticas. Temos que lutar para
reverter tal situação!
Entendo as razões
dos diretores Fernando e do Leandro em suas declarações. Outros diretores já se
afastaram, talvez por estas e/ou outras questões.
Este é um pequeno
manifesto colegas pós-graduand@s.
Saudações e boas
festas
Robson Camara
Doutorando em
Sociologia
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