Pular para o conteúdo principal

O Brasil do “status quo”, mídia conservadora e o Brasil das novas oportunidades as classes menos favorecidas: alguns elementos de análise

Cartaz da campanha da UJS


Ultimamente temos visto uma grande reação dos setores da oposição conservadora esbravejar contra o governo, inflar uma crise após outra e atacar setores que fazem parte do campo de sustentação ao governo.
As políticas públicas presentes nos programas sociais, no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), PDE (Programa de Desenvolvimento da Educação) entres outros, passam ao largo do debate da grande mídia nacional, pois esse temas não são importantes para a sua estratégia política.
Chego à conclusão que pensar uma televisão pública de grande penetração nacional seria o caminho para democratização da imprensa, criação de mecanismos ou aplicação de maior rigor na legislação que regulamenta a atividade de empresa no país estaríamos mais próximo da democratização da mídia, além da revisão de algumas concessões e fazê-las cumprir o seu papel social.
Observa-se uma forte tendência da grande imprensa nacional na transformação do clima político nacional ao demonstrar a sua orientação oposicionista conservadora. O caso do estouro da bolha imobiliária estadunidense é analisada como se já houvesse uma crise econômica pré-instalada no país, ou seja, há uma torcida velada para que alguma coisa dê errada na condução econômica dessa turbulência, de forma, que esta se torne em mais um elemento de uma crise política artificialmente construída.
Sejamos claros, o país tem problema de inverter a prioridade da economia nacional, ou seja, política monetária com grande ascenso sobre a política econômica do país, alguns analistas vaticinam a inversão dessa prioridade como forma de desatar as amarras do desenvolvimento sob parâmetros de distribuição da riqueza em um modelo mais equânime.
Para engrossar a pauta oposicionista surge o movimento “cansei”, um caricato movimento articulado pela grande burguesia nacional inconformado com o sucesso dos indicadores que revelam acertos em políticas governamentais. Além do mais, a recente declaração de um membro do cansei sobre o estado nordestino do Piauí- estamos falando do diretor da PHILIPS do Brasil - demonstra a natureza preconceituosa desse movimento e o ódio de classe.
Ao mesmo tempo, parcela manipulada e incauta da classe média*(mesmo que dividida, segundo as últimas pesquisa de opinião) juntar-se de forma equivocada a esse movimento, é triste ver e entender a natureza histórica de sua participação em ato desse tipo. Vale lembrar que no período FHC, foi o momento que esse estrato social foi mais solapado, seguramente, o governo Lula não se aproxima nesse aspecto do período FHC.
Em suma, é necessário os movimentos sociais irem às ruas sim, cobrar as mudanças e tencionar para que elas se efetivem, é conditio sine qua non para que as transformações se materializem.
O temor da oposição conservadora é que isso ocorra, pois temem que com a ascensão de setores sociais, antes alijados, passem a ter conscientemente participação mais destacada na vida política do pais e, consequentemente, maior espaço na definição de seu rumo.
Não é à toa que FHC vaticina que os tucanos devem se aproximar da massa, este sabe que esse é um “calcanhar de Aquiles” importante da oposição – leia-se não só os partidos conservadores, incluímos nessa análise o papel da mídia conservadora também, este é um setor importante da oposição.
Diante disso, é necessário o governo Lula definir uma agenda mais forte de mudança estruturais de cunho desenvolvimentista e que pague a dívida histórica do país com a classe trabalhadora brasileira. Dessa forma, criando as condições para a sedimentação de setores progressista no centro do poder político do país ao produzir ações atrofiantes nos setores políticos conservadores, tomando gradativamente o controle do Estado e colocando-o em benefício da classe trabalhadora brasileira, algo que não acontece atualmente devido os pingentes ainda existentes de cunho neoliberal em sua estrutura.
* Segundo uma análise do cientista social Mangabeira Hunger, ministro da Secretaria de Ações de Longo Prazo, a classe média apresenta-se dividida em relação a aprovação do governo Lula, a classe média que o apoia é aquela que ele chama da classe média morena. Esta se beneficiou das políticas desenvolvidas no governo atual, e tem vislumbrado possibilidades jamais vista em relação aos governos passados, desta forma, manifestam-se favoravelmente nas pesquisas.
Veja também UJS lança campanha: ''Quem vem com tudo não cansa'' :http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=23395
Outro artigo interessante "Wander Geraldo: Os Segredos do Cansaço":http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=23401

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Uma entrevista com um sabotador econômico - Parte I

Temos visto a ação nefasta dos grandes orgãos de mídia, tanto escrita, televisiva e veiculada na rede, ao posicionar-se contrariamente ao direcionamento político que a América Latina tem tomado nos últimos tempos, o que faz tremer o sistema global de dominação. O império (que nesse momento passa por uma crise) e as grandes corporações estão em franca ação para parar esse movimento. Evidencia-se a natureza do imperio estadunidense e a relação incestuosa com as grandes corporações. Esta são duas faces da mesma moeda, como afirma John Perkins, um ex-sabotador econômico em uma entrevista concedida a jornalista Natália Viana. A entrevista será dividida em duas partes, a primeira introduz a entrevista e a segunda parte é a entrevista especificamente. A divulgação que faço dessa reportagem neste blog busca mostrar aos nossos leitores como a coisa acontece nos bastidores do poder global. O momento atual precisa muito dessa munição cognocitiva para consolidar uma estratégia de resistência contr

As maranhas da tática de manutenção do poder no Maranhão

A política nacional tem jogado com o destino do Maranhão já faz algum tempo. Vitorino, pernambucano, chega ao estado com apoio do governo central. A eleição de José Sarney também teve o apoio do presidente da república como retribuição pelo voto no colégio eleitoral que sacramentou o golpe de 64. Estes casos são exemplos de como a política estadual não pode ser vista isoladamente do cenário nacional, uma vez que o mentor do grupo que mantém o controle político e econômico do estado é até o momento um homem da política nacional. A aliança nacional PT/PMDB tem reflexo direto na atual conjuntura política no Estado. As eleições municipais de 2012 e a estadual de 2014 são definidoras na contabilidade do espólio politico do “Dono do Mar”. Este poder lhe confere parte da influência nacional que o senador tem. Para compreender o jogo politico do estado é necessário entender as engrenagens das estruturas de poder postas a serviço do grupo liderado por Sarney. O caso do processo de

Pretérito imperfeito

“O que é então o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; se quero explicar a quem pergunta, não sei.” Santo Agostinho, Confissões Cristiano Capovilla* e Fábio Palácio**             O raciocínio em epígrafe expõe a dificuldade da razão ao tratar de um tema caro a todos nós. Vivemos no tempo, mas como conceituá-lo? Para os teólogos, nosso tempo na terra é o fundamento da condenação ou da salvação, quando do julgamento final. Para os filósofos modernos, o tempo virou história, medida das transformações sociais e políticas. Em que pesem as diferenças, ambos concordam em um ponto: o tempo é o critério de avaliação de nossas práticas.              Surge aqui uma vez mais, e sempre, o padre Antônio Vieira. Subvertendo compreensões comuns, maceradas por sua retórica dialética, o Imperador do idioma afirma ser o tempo fugaz e irreversível, algo que “não tem restituição alguma”. O uso diligente do tempo, com a prática das boas obras, é o critério de salvação da alma. Por isso, “o